quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O mundo a preto e branco

Era uma vez uma menina chamada Catarina.
Como habitual foi para a escola e a professora disse:
-Bom dia meninos, hoje vamos falar das cores.
A professora perguntou a todos os alunos qual era a sua cor favorita. Disseram-se muitas cores e quando chegou à Catarina a professora perguntou:
-Catarina, qual é a tua cor favorita?
-Todas-respondeu ela com muita certeza.
De seguida, a professora perguntou qual seria o vosso pior pesadelo e  a Catarina respondeu:
-O meu pior pesadelo era que mundo ficasse a preto e branco sem cores nenhumas.
Passado algumas horas a Catarina foi para casa. Jantou e, de seguida, foi para a cama, mas estava a ter uma dor muito insuportável nos olhos, no entanto, foi dormir.

Dormiu muitas horas e quando acordou via tudo a preto e branco o seu pior pesadelo tinha-se tornado realidade …

Catarina Mota 5ºB

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Gerónimo Stilton- com mil mamutes, que frio de rachar- por Vasco Caldeira 5ºB

   Na aldeia pré-histórica de Pedropolis (a ilha dos ratos), vive Gerónimo Stilton, um roedor e repórter do “Diário de Pedra”.
Ele e os seus amigos, Tea, Picareta e Benjamim, vivem uma grande aventura com dinossauros, tigres dentes de sabre, Itchiits e uma mamute, Caxemira.
  Foi na taberna do Esparrela que Picatera, um explorador muito conhecido os convida a seguirem-no na descoberta do segredo da montanha que se move nas terras glaciais. Para Picareta, o segredo dessa montanha para a ciência será um verdadeiro “tesouro”.
Depois de muitas peripécias, chegam À conclusão que essa montanha não existe.
Em vez dela, descobrem uma enorme mamute, Caxemira, que ao movimentar-se cria a ilusão de ser uma montanha que se move, tal era a sua estrutura


    Esta mamute foi criada pelos Itchiits e era muito ternurenta.



Recolha de Lendas de Portugal- Reconquista Cristã.

Como estamos a trabalhar as lendas e os alunos do 5ºB estão a estudar a Reconquista Cristã em História e Geografia de Portugal, aproveitámos e fizemos uma recolha relacionada com esse tema.





No tempo da reconquista o cavaleiro cristão D. Raimundo regressava duma batalha contra os muçulmanos quando viu duas mouras, mãe e filha. Esta trazia uma bilha de água e o cavaleiro pediu para beber mas ela assustada deixou cair a bilha e o cavaleiro enfurecido matou-a e à mãe. Logo depois apareceu um jovem mouro que era familiar das duas e foi feito prisioneiro. Assim ele foi levado para o castelo de D. Raimundo que vivia com a sua esposa e filha. O jovem mouro sabendo disto planeou vingar-se e mata-las. A mãe matou-a com veneno mas quanto à filha, acabou por se apaixonar por ela. Ora esta, sabia dos planos do pai que era casá-la com um cavaleiro da mesma religião e sabendo isso e porque também amava o jovem mouro decidiu fugir com ele. Assim deixaram o castelo e desapareceram para sempre. Diz a lenda que o casal pode ser visto na torre de menagem, nas noites de São João com o cavaleiro D. Raimundo a pedir perdão de joelhos. 
recolha feita por Catarina Mota


Lenda do Beijo eterno

Conta-se que no início da Reconquista, quando cristãos e mouros avançavam e recuavam ao sabor da sorte das armas, Sortelha sofreu um rigoroso cerco pelas tropas sarracenas, que a todo o custo queriam recuperar aquele ponto estratégico.
No castelo vivia o alcaide, homem forte e valoroso, a sua mulher, que todos diziam possuir poderes mágicos, e uma filha, donzela casta e formosa.
O cerco terá durado tanto tempo que a pobre rapariga farta de não poder sair do castelo, se entretinha a espreitar do alto das muralhas o movimento no acampamento das tropas inimigas. Cedo, começou a reparar no garboso príncipe árabe que comandava aquele exército. Ao princípio ria-se da sua roupa esquisita e dos seus costumes tão diferentes dos seus. Mas, com o tempo, começou a sentir que o coração batia mais depressa quando o via passar montado no seu belo cavalo. O tempo foi passando até que um dia, durante um reconhecimento à volta da muralha, o príncipe a viu com os seus cabelos soltos a brilhar ao sol. Ficou sem fôlego. Nunca tinha visto uma beleza assim. Por sinais e gestos foram-se comunicando, às escondidas de todos. Com a conivência de alguns soldados do castelo e a coberto da noite o príncipe começou a deixar-lhe pequenos presentes na muralha onde se costumavam ver e que ela ao outro dia retribuía. Aos poucos o amor foi crescendo e cada vez era maior a vontade de ambos, de se encontrarem.
A mãe da menina, entretanto andava muito desconfiada de que qualquer coisa estranha se passava. Primeiro, a filha antes tão triste e tão calada, tinha agora o rosto iluminado por uma luz nova e por diversas vezes a surpreendera a cantar sem prestar atenção ao pano que bordava no bastidor. Ainda pensou que era apenas a chegada da Primavera e o desabrochar da juventude. Mas quando viu nos seus olhos o horror estampado, ao falar-lhe do gosto que ela e o pai tinham no seu casamento com o filho do alcaide do Sabugal, percebeu que o caso era bem mais sério.
Começou a vigiá-la. Mas a menina era tão cuidadosa que nos dias seguintes a mãe não conseguiu tirar a história a limpo. Entretanto, o príncipe tinha subornado os três soldados que estavam a par do romance para deixarem sair a menina, quando ficassem os três de sentinela às portas do castelo. O tão esperado dia chegou. E quando depois da ceia a menina se quis recolher mais cedo a pretexto de uma dor de cabeça, a mão teve a certeza de que qualquer coisa ia acontecer nessa noite. Sem querer alertar o marido, deitou-se ao lado dele como sempre mas não adormeceu.
De madrugada teve a sensação de que ouvira um ruído. De mansinho levantou-se, vestiu-se e foi ao quarto da filha. Estava vazio. Desesperada correu para o alto da torre. Lá de cima tudo parecia calmo. No entanto depois de habituar os olhos à escuridão viu que qualquer coisa mexia mesmo por baixo do sítio onde estava. De repente as nuvens descobriram a lua e a mãe estupefacta viu a menina nos braços do príncipe árabe, beijando-o. Num terrível acesso de raiva, a mãe desencadeou um tal poder que de imediato os dois amantes desapareceram. Quando o sol se levantou, descobriu-se com espanto que no local onde eles se tinham encontrado, estavam agora dois barrocos como que se beijando eternamente.
 Os mouros quando se aperceberam de que o seu chefe desaparecera misteriosamente durante a noite, levantaram o cerco e foram-se embora. Quanto ao pobre alcaide, além de ter descoberto que estava casado com uma feiticeira, coisa que na época não era muito bem vista, ficara sem a filha que tanto amava. Resolveu então pedir ao rei que o substituísse no cargo e refugiou-se com a mulher numas terras que tinha no vale, dando origem ao lugar do Casteleiro.

recolha feita por

Lenda da Cova Encantada ou da Casa da Moura Zaida

Na serra de Sintra, perto do Castelo dos Mouros, existe uma rocha com um corte que a tradição diz marcar a entrada para uma cova que tem comunicação com o castelo. É conhecida pela Cova da Moura ou a Cova Encantada e está ligada a uma lenda do tempo em que os Mouros dominavam Sintra e os cristãos nela faziam frequentes incursões. Num dos combates, foi feito prisioneiro um cavaleiro nobre por quem Zaida, a filha do alcaide, se apaixonou. Dia após dia, Zaida visitava o nobre cavaleiro até que chegou a hora da sua libertação, através do pagamento de um resgate. O cavaleiro apaixonado pediu a Zaida para fugir com ele mas Zaida recusou, pedindo-lhe para nunca mais a esquecer. O nobre cavaleiro voltou para a sua família mas uma grande tristeza ensombrava os seus dias. Tentou esquecer Zaida nos campos de batalha, mas após muitas noites de insónia decidiu atacar de novo o castelo de Sintra. Foi durante esse combate que os dois enamorados se abraçaram, mas a sorte ou o azar quis que o nobre cavaleiro tombasse ferido. Zaida arrastou o seu amado, através de uma passagem secreta, até uma sala escondida nas grutas e, enquanto enchia uma bilha de água numa nascente próxima para levar ao seu amado, foi atingida por uma seta e caiu ferida. O cavaleiro cristão juntou-se ao corpo da sua amada e os dois sangues misturaram-se, sendo ambos encontrados mais tarde já sem vida. Desde então, em certas noites de luar, aparece junto à cova uma formosa donzela vestida de branco com uma bilha que enche de água para depois desaparecer na noite após um doloroso gemido...

recolha feita por David Gaspar


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Lendas, recolha feita pelos alunos do 5ºE

Lenda da Nazaré 


Conta a Lenda da Nazaré que ao nascer do dia 14 de setembro de 1182, D. Fuas Roupinho, alcaide do castelo de Porto de Mós, caçava junto ao litoral, envolto por um denso nevoeiro, perto das suas terras, quando avistou um veado que de imediato começou a perseguir. O veado dirigiu-se para o cimo de uma falésia. D. Fuas, no meio do nevoeiro, isolou-se dos seus companheiros. Quando se deu conta de estar no topo da falésia, à beira do precipício, em perigo de morte, reconheceu o local. Estava mesmo ao lado de uma gruta onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora com o Menino. Rogou então, em voz alta: Senhora, Valei-me!. De imediato, miraculosamente, o cavalo estacou, fincando as patas no penedo rochoso suspenso sobre o vazio, o Bico do Milagre, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montada da morte certa que adviria de uma queda de mais de cem metros.
D. Fuas desmontou e desceu à gruta para rezar e agradecer o milagre. De seguida mandou os seus companheiros chamar pedreiros para construírem uma capela sobre a gruta, em memória do milagre, a Capela da Memória, para aí ser exposta à veneração dos fiéis a milagrosa imagem. Antes de entaiparem a gruta os pedreiros desfizeram o altar ali existente e entre as pedras, inesperadamente, encontraram um cofre em marfim contendo algumas relíquias e um pergaminho, no qual se identificavam as relíquias como sendo de S. Brás e S. Bartolomeu e se relatava a história da pequena imagem esculpida em madeira, policromada, representando a Virgem Maria sentada num banco baixo a amamentar o Menino Jesus.

Recolha feita por Pilar Duarte e Margarida Muralha


A lenda do galo de Barcelos
A lenda do galo de Barcelos já é muito antiga. Diz-se que tudo aconteceu no séc. XVI...
Conta a lenda que todos andavam muito assustados em Barcelos por causa de um crime que lá se tinha passado. É que o criminoso ainda não tinha sido descoberto e isso deixava as pessoas com medo.
Certo dia, apareceu na zona um galego (espanhol da região da Galiza) que passou logo a ser o principal suspeito. As autoridades acharam que era ele o culpado pelo crime e prenderam-no.
O galego defendeu-se, dizendo que ia a caminho de Santiago de Compostela para pagar uma promessa, mas ninguém acreditou nele...
Com toda a gente contra o galego, e ele sem poder provar que estava inocente, acabou por ser condenado à forca.
Como última vontade, o galego pediu que o levassem até ao juiz que o tinha condenado. Quando o galego chegou a casa do juiz, ele estava a deliciar-se com os amigos com um grande banquete. Voltou a dizer que estava inocente, mas, mais uma vez, ninguém acreditou nele...
Então, o condenado reparou num galo assado que estava numa travessa na mesa, prontinho para ser comido, e disse:
- É tão certo eu estar inocente como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Todos se riram da afirmação do homem mas, mesmo assim, resolveram não comer o galo.
Mas, quando chegou a hora de enforcarem o galego, na casa do juiz o galo assado levantou-se e cantou.
Afinal, o homem estava mesmo inocente!
O juiz correu até ao sítio onde ele estava prestes a ser enforcado e mandou soltá-lo imediatamente.
Passados alguns anos, o galego voltou a Barcelos e mandou construir um monumento em louvor à Virgem e a São Tiago para lhes mostrar o seu reconhecimento.
Recolha feita por Gabriel Trabulo e Matilde Collaço.

Lenda dos sete ais

Esta é uma lenda estranha que está na origem do nome de um local do concelho de Sintra e que remonta a 1147, data em que D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos Mouros.
Destacado para ocupar o castelo de Sintra, D. Mendo de Paiva surpreendeu a princesa moura Anasir, que fugia com a sua aia Zuleima. A jovem assustada gritou um "Ai!" e quando D. Mendo mostrou intenção de não a deixar sair, outro "Ai!" lhe saiu da garganta. Zuleima, sem lhe explicar a razão, pediu-lhe para nunca mais soltar nenhum grito do género, mas ao ver aproximar-se o exército cristão a jovem 
soltou o terceiro "Ai!".
D. Mendo decidiu esconder a princesa e a sua aia numa casa que tinha na região e querendo levar a jovem no seu cavalo, ameaçou-a de a separar da sua aia se ela não acedesse e Anasir deixou escapar o quarto "Ai!".
Pouco depois de se instalar na casa, a princesa moura apaixonou-se por D. Mendo de Paiva, retribuindo o amor do cavaleiro cristão que em segredo a mantinha longe de todos.
Um dia, a casa começou a ser rondada por mouros e Zuleima receava que fosse o antigo noivo de Anasir, Aben-Abed, que apesar de na fuga se ter esquecido da sua noiva, voltava agora para castigar a sua traição.
Zuleima contou a D. Mendo que uma feiticeira lhe tinha dito que a princesa morreria ao pronunciar o sétimo "Ai!". Entretanto, Anasir curiosa pela preocupação da aia em relação aos seus "Ais", exprimiu o quinto e o sexto consecutivamente, desesperando a sua aia que continuou a não lhe revelar o segredo.
D. Mendo partiu para uma batalha e passados sete dias foi Aben-Abed que surpreendeu Anasir, que soltou o sétimo "Ai!", ao mesmo tempo que o punhal do mouro a feria no peito.
Enlouquecido pela dor, D. Mendo de Paiva tornou-se no mais feroz caçador de mouros do seu tempo.

recolha feita por Marta Jorge e Leonor Pedro

A Lenda do pastor e da estrela
Era um pobre pastor. Vivia numa aldeia triste e tinha como único amigo o seu cão. Mas o homem era novo e tinha esperanças. Às vezes, fitava os horizontes e perguntava a si próprio:
— Porque razão não poderei atravessar aquelas serras?... Ir ver o mundo que fica do outro lado? Ah! Hei-de ir um dia... hei-de ir! Isto aqui é pequeno para mim… e aquelas serras são tão grandes... tão altas!... Que haverá para além das montanhas?...
Ora aconteceu, segundo conta a lenda, que certa noite o pastor, enamorado do luar e da aragem fresca que corria de mansinho, nem sequer pensou em deitar-se. Ficou-se para ali, sentado, sonhando de olhos abertos... E, a determinada altura — fosse realidade ou sonho — teve a nítida impressão de que uma pequenina estrela descia até ele. Nessa estrela havia um rosto de criança. E a estrela falou-lhe, numa voz meiga e infantil:
— Pastor! É verdade que desejas ir conhecer o mundo? Não tens medo do desconhecido?
Surpreendido, o homem estremeceu.
— Meu Deus! Pois será possível que as estrelas tenham voz? 

A vozinha meiga e infantil fez-se ouvir de novo: 

— Sim, sou eu que te falo... Mas foi Deus que me enviou para te guiar! Quando quiseres, poderemos partir! 
Uma alegria imensa tomou de assalto o jovem pastor. 
— Partir?! Disseste que podemos partir?... Ah! Quem me dera, realmente, deixar tudo isto e correr aventuras, descobrir novas terras! Quem me dera!... 
O pastor ficou-se extático, ouvindo o seu próprio desejo, mas a vozinha da estrela brilhante que descera do Alto interrompeu-lhe o êxtase, lembrando-lhe com vivacidade: 
— Meu bom amigo! Já te disse que tudo depende apenas da tua vontade. Quando estiveres disposto a partir, basta que chames por mim. Eu ficarei à tua espera, lá em cima... junto das minhas irmãs. Adeus, pastor! 
E correndo, ligeira, a estrelinha foi juntar-se às outras estrelas. 
O pastor seguia-a com o olhar. Mal podia acreditar no que vira e ouvira. A verdade, porém, é que a estrelinha brilhante não mais o abandonou. O pastor todas as noites a via, mais luminosa do que as outras, parecendo até sorrir-lhe. E ele acabou por se resolver à grande aventura. 
Uma noite em que o luar não tinha ainda chegado, o pastor olhou o céu e falou assim: 
— Oh, minha pequenina estrela! Fosse loucura ou verdade, eu ouvi a tua voz. Pois estou decidido! Que se faça a vontade do Senhor!... Irei à aventura até alcançar aquela grande serra que vejo além, a maior de todas? Oh, minha boa estrela! Desce do céu e vem para me guiares!... 
Então o pastor ouviu uma espécie de estranha melodia descendo sobre ele. E de novo o pastor escutou aquela vozita cheia de ternura que já ouvira uma vez: 
— Aqui estou! Sabes que cheguei a pensar que não acreditavas em mim? Mas ainda bem que te resolveste! 
— Então... a caminho!... Seguir-te-ei para onde tu quiseres! 
E, assim dizendo, o pastor dispunha-se já a dar início à sua jornada, quando um obstáculo surgiu. O cão, fiel companheiro do pastor, sentiu decerto uma presença estranha junto dele. Era a estrela! E o cão ladrou na noite escura, pondo em sobressalto toda a aldeia! 
Aflito com tamanha irreverência, o pastor apressou-se a impor-lhe silêncio: 
— Quieto! Quieto... aqui! Para que ladras tu? A estrela é nossa amiga... Vai levar-nos àquela serra. Vês? Vamos, acalma-te! Ninguém te faz mal!... 
Aos poucos, o cão acalmou, e seguiu mansamente o seu dono pelos caminhos do desconhecido. 
Na aldeia, os velhos ficaram abanando as sábias cabeças. Era um louco que partia! Fora dali, só poderia encontrar a fome, a miséria e a morte! 
De facto, eles quase tinham razão. Durante tempos e tempos o pastor andou como que ao acaso, sem alcançar o seu destino. Foi uma caminhada longa e dura. O alto da serra ficava sempre mais além, e o caminho, que julgara curto, parecia não ter fim. Eram voltas e voltas sem conto. Eram dias e meses passando como fantasmas, sem que o pastor alcançasse o almejado cimo da serra. 
O cão, seu fiel companheiro, não conseguiu aguentar a jornada. Ficou no caminho, marcado por tosco sinal de pedra. O pastor, antes de o abandonar, olhou a terra fria, enquanto algumas quentes lágrimas tentavam aquecê-la e disse: 
— Deixo-te aqui... Tu foste o meu fiel e único amigo! Onde me levarão os meus passos? Não sei! Conseguirei eu alcançar aquela serra? Só Deus o sabe! Adeus, meu amigo! O teu destino parou. O meu tem de continuar!... 
E silenciosamente seguiu rumo ao alto da serra, o pastor que um dia sonhara abraçar de lá todo o horizonte.

Muitos anos passaram. O pastor envelheceu — e a própria estrela também, segundo nos conta a lenda...
Porém, um dia — esse dia havia de chegar! — o pastor pôs o pé no alto da serra! A alegria que sentiu foi quase de loucura. Olhava em redor o vasto e belo horizonte, e a cabeça parecia estalar-lhe. Chorava e ria ao mesmo tempo. Gritava por entre o vento o seu hino de louvor:
— Bendito seja Deus! Bendita sejas tu, minha boa estrela!... Chegámos!...
E o vento, rodeando as palavras do velho, resolveu subir com elas, cheio de cuidado, não fosse perder-se alguma, até lá onde os pés do homem não podem chegar...
 Ouvindo-o, a estrela sorriu-lhe e disse:
— Meu bom pastor! Passaste, na verdade, muitos tormentos... Envelhecemos ambos... Mas Deus fez-te a vontade!
Então, dominando o espaço, a voz do pastor soou potente e convicta:
— Aqui ficarei para sempre na tua companhia! Para sempre!
E o pastor instalou-se ali, mergulhando, deliciado, o seu olhar na amplitude vasta do horizonte.
Então aconteceu que o rei daquelas redondezas ouviu falar num pastor que habitava no alto da serra e que possuía uma estrela única no mundo com quem falava todas as noites. Sem hesitar, mandou emissários para que o trouxessem à sua presença.
Quando o velho pastor, um tanto surpreendido, chegou ao palácio do rei, este elucidou-o sobre o seu intento:
— Ouve, pobre velho! Dar-te-ei todas as riquezas que quiseres... farei de ti um homem poderoso para o resto da vida! Em troca, quero apenas que me dês a tua estrela!
O velho pastor olhou o rei com desespero.
— Pedis o impossível, Senhor! A estrela não é minha, é do Céu!
Furioso, o rei gritou-lhe:
— Que importa? Eu sei que ela faz o que tu ordenas... Se tu quiseres, ela será minha!
Com uma dignidade que assombrou o monarca, o velho pastor replicou:
— Senhor, prefiro continuar pobre, desprezado, mas sempre com a minha estrela!
E no mesmo assomo de energia, o velho pastor voltou as costas ao rei poderoso, e abalou de novo a caminho da serra.
Quando lá chegou, a noite ia já alta. Ele atirou-se para cima da enxerga e mordiscou uma côdea de pão negro. Então, a tal estranha melodia já muito sua conhecida desceu do alto e veio sussurrar-lhe aos ouvidos:
— Ainda bem que as riquezas não te tentaram!... Ficaria tão triste! Deixei-te passar misérias para te expor ainda mais à tentação, mas confesso que receei muito! O rei ofereceu-te verdadeiros tesouros...
Erguendo-se da enxerga para onde o cansaço do corpo o tinha atirado, o velho respondeu com lágrimas na voz:
— Ouve, minha boa estrela! Já perdi a conta dos anos. Nem sei desde quando nos conhecemos... Mas quero que fiques sabendo que não poderei viver sem ti, sem a tua luz, sem o teu brilho, sem a tua presença!...
A estrela explicou-lhe, num sussurro, fazendo amainar o vento que corria célere:
— Pois quando morreres, meu bom pastor, podes morrer descansado! Eu aqui te prometo que jamais te abandonarei!
Num êxtase, o pastor encarou a sua estrela. O seu brilho intenso salpicava-lhe de luz os cabelos encanecidos. E o velho, numa voz de profeta, proclamou do alto das montanhas:
— Eu te agradeço o que fizeste por mim! De hoje em diante esta serra há-de chamar-se, e para sempre — a serra da Estrela!
E diz a lenda que no alto da serra desse nome pode ver-se todas as noites, entre as suas irmãs, uma estrela que brilha ainda hoje duma maneira estranha e diferente. O seu brilho derrama reflexos de saudade e de amor sobre a campa desconhecida daquele que foi e continuará a ser — o seu pastor!


recolha feita por Francisca Mesquita


LENDA DE VILA DO CONDE E DO RIO AVE
Era uma vez um Conde que vivia numa terra situada à beira- mar.
Certo dia partiu para caçar e acabou por ficar numa serra cuja paisagem o fascinou.
Era uma serra calma, com árvores aqui e além, dando ao local um aspeto belo e acolhedor, de vez em quando quebrado pelo chilreio das aves.
Andava o Conde a caçar quando foi surpreendido por uma imagem deslumbrante...
Uma bela e angélica pastora guardava um rebanho de cabras. O Conde depressa se enamorou pela formosura da pastora e ela correspondia inteiramente ao amor do Conde.
Mas o Conde tinha que regressar à sua terra e a pastora estava tão triste, tão triste que disse ao seu amado Conde, que adoraria ser ave para poder voar, para ir visitá-lo... Despediram-se e a bela pastora chorou tanto, tanto que as suas lágrimas formaram uma nascente, que correu até à terra situada à
beira-mar onde vivia o seu Conde.
É esta lenda do Rio Ave que nasce na Serra da Cabreira e desagua em Vila do Conde.



recolha feita por Gabriel Paraíba

A lenda do Adamastor


Segundo a lenda, Adamastor era um gigante filho da deusa Terra , que se  revoltou, com outros gigantes, contra Zeus, o Deus supremo dos Gregos. Furioso, Zeus  fulminou-os com um raio condenando-os a vaguear de costa em costa. Foi assim que Adamastor conheceu Thetis, uma ninfa dos oceanos, mãe de Aquiles, e por ela se apaixonou. Mas o Gigante sabia que era feio demais  para conquistá-la e por isso decidiu resolver o assunto pela força. Apavorada, Dóris mãe de Thetis, tentou desesperadamente convencer a filha a aceitar o Adamastor como companheiro mas perante a recusa desta, teve de encontrar  outra solução. Depois de muito pensar, mãe e filha decidem, então, com a ajuda de Zeus,montar uma armadilha ao Gigante, dizendo-lhe que Thétis ficaria com ele, se ambas fossem poupadas aos males da guerra.
Cheio de esperanças, Adamastor põe fim à guerra e pede um encontro com Thétis. Ela aparece-lhe, mas quando este a abraça e beija, vê-se de repente agarrado ao cume de um monte acabando por se tornar  numa parte desse monte: o Cabo das Tormentas. Esse mesmo.O cabo que tanto assombrou a imaginação dos marinheiros portugueses durante a época dos descobrimentos. 

recolha feita por Rita Diniz


A lenda do rei Wamba

Nos portas de Ródão do lodo do Beira Baixa (Norte do Tejo) vivia um Rei que tinha lá um Castelo que se chamava Rei Wamba e que dominava este lado. Este era um guarda avançado da Egitânia (Idanha-a-Velha).
O lado de lá era dominado por um Rei Mouro. A mulher do Rei Wamba perdeu-se de amores pelo Rei Mouro e este para a raptar tentou fazer um túnel que passaria por baixo do Tejo para a poder ir buscar.  Os cálculos do Rei Mouro foram mal feitos e o buraco saiu acima do nível das águas (conforme ainda se pode ver). A mulher do Rei Wamba entrou em pânico e o Rei Wamba descobriu a finalidade do buraco.
O Rei Wamba vendo a paixão que ela manifestava pelo outro, ofereceu-a então ao outro Rei como presente, mas sendo atada à mó de um moinho, rolando pelas encostas até ao rio Tejo. Pelo sítio onde passou a mó com a mulher do Rei Wamba atada nunca mais nasceu qualquer vegetação, conforme hoje ainda se pode verificar no local.

recolha feita por Lara Rodrigues


O Milagre das rosas

A mulher de D. Dinis, a rainha Santa Isabel, tornou-se célebre pela sua imensa bondade. Ocupava o tempo a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e tratando doentes, distribuindo esmolas pelos pobres.
Ora, conta a lenda que o rei, já irritado por ela andar sempre misturada com mendigos, a proibiu de dar mais esmolas. Mas, certo dia, vendo-a sair furtivamente do palácio, foi atrás dela e perguntou o que levava escondido por baixo do manto.
Era pão. Mas ela, aflita por ter desobedecido ao rei, exclamou:
- São rosas, Senhor!
- Rosas, em Janeiro?- duvidou ele.
De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço - e o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.

recolha feita por Salvador Ascensão

Lenda da Cova Encantada ou da Casa da Moura Zaida
Na serra de Sintra, perto do Castelo dos Mouros, existe uma rocha com um corte que a tradição diz marcar a entrada para uma cova que tem comunicação com o castelo. É conhecida pela Cova da Moura ou a Cova Encantada e está ligada a uma lenda do tempo em que os Mouros dominavam Sintra e os cristãos nela faziam frequentes incursões. Num dos combates, foi feito prisioneiro um cavaleiro nobre por quem Zaida, a filha do alcaide, se apaixonou. Dia após dia, Zaida visitava o nobre cavaleiro até que chegou a hora da sua libertação, através do pagamento de um resgate. O cavaleiro apaixonado pediu a Zaida para fugir com ele mas Zaida recusou, pedindo-lhe para nunca mais a esquecer. O nobre cavaleiro voltou para a sua família mas uma grande tristeza ensombrava os seus dias. Tentou esquecer Zaida nos campos de batalha, mas após muitas noites de insónia decidiu atacar de novo o castelo de Sintra. Foi durante esse combate que os dois enamorados se abraçaram, mas a sorte ou o azar quis que o nobre cavaleiro tombasse ferido. Zaida arrastou o seu amado, através de uma passagem secreta, até uma sala escondida nas grutas e, enquanto enchia uma bilha de água numa nascente próxima para levar ao seu amado, foi atingida por uma seta e caiu ferida. O cavaleiro cristão juntou-se ao corpo da sua amada e os dois sangues misturaram-se, sendo ambos encontrados mais tarde já sem vida. Desde então, em certas noites de luar, aparece junto à cova uma formosa donzela vestida de branco com uma bilha que enche de água para depois desaparecer na noite após um doloroso gemido...
recolha feita por Madalena Rodrigues


A Lenda de D. Sebastião

Há muitos, muitos anos atrás houve uma batalha chamada Alcácer-Quibir. Nesse tempo havia um Rei chamado D. Sebastião que reinava em Portugal. O D. Sebastião não se podia negar de ir a essa batalha. Juntou a sua tropa preparada para tudo. O Rei D. Sebastião deu o sinal de fogo e os soldados correram. Sangue derramava nas suas espadas, caiam no chão cobertos de sangue. Era uma manhã coberta de nevoeiro, a tropa de Portugal venceu mas o Rei D. Sebastião tinha desaparecido. As pessoas sabiam que ele tinha desaparecido mas não sabiam como ele desapareceu. Pensaram que como essa manhã estava nevoeiro que ele voltava a aparecer um dia.
recolha feita por Marta Torres e Francisco Coelho

Lenda da Fonte da Prata

Era uma vez um guerreiro chamado Henriques que tinha uma mulher chamada Maria.
Mas um dia, os soldados do castelo prenderam o guerreiro sem a  mulher saber. Noutro dia os soldados foram  à  casa da  D. Maria, e disseram- lhe:
- O  seu marido está na prisão!
Nesse dia  ela foi para o castelo e começou  a chorar muito, muito...
De tanto chorar fez das suas lágrimas uma fonte que se chama :Fonte da Prata.
E assim ficou  a lenda da fonte que toda a gente conta, e conhece aqui em Elvas.

recolha feita por Inês Cordeiro