quarta-feira, 6 de maio de 2020

Carta a Anne Frank

Almada, 13 de marco de 2020


Querida Anne Frank,

escrevo-te esta carta para te dizer que sou tua fã e que li a tua história e gostei muito. Não gostei daquilo que passaste, mas da tua escrita.
Aquilo que se passa agora no mundo é semelhante ao que tu viveste, mas diferente!!! Vou explicar-te....
Hoje, é o último dia de aulas... Hoje, muitos alunos já não compareceram às aulas... A culpa?!
Bem, essa é do Coronavirús ou COVID-19, que é um vírus muito perigoso e que se espalhou por todo o Mundo de forma muito rápida.
Para nos protegermos e protegermos os outros, temos de ficar em casa , isolados como tu, mas com mais liberdade do que tu. Nós podemos falar com os nossos amigos e familiares pelo telefone ou telemóvel ou por videochamada; durante o dia podemos ver televisão, jogar no computador; outras pessoas trabalham a partir de casa... Enfim, estamos isolados mas não nas tuas condições.

Eu sou professora na EDAC e não posso estar com os meus alunos, mas continuamos a trabalhar pelo computador. Além de português, também lhes dou uma disciplina que se chama "Oficina de Cidadania- Educação para a Cidadania". Nesta disciplina lembrei-me de trabalhar sobre o isolamento e o que temos vivido. Foi ai que me lembrei de ti. Sabes, o Mouschi escreveu um livro com a tua história. Então, pensei que era um bom livro para os meus alunos lerem e ficarem a conhecer um pouco mais sobre ti. E assim foi... Eles leram o livro e depois pedi-lhes que te escrevessem uma carta a contar como têm sido os seus dias de isolamento, o que têm feito, como se sentem, quais as semelhanças e as diferenças entre a tua situação e a nossa. 

Espero que gostes, pois foram todas escritas com muito empenho e carinho.

Um beijinho da professora 

Ana Lima








Almada, 16 de abril de 2020

Querida Anne,
Gostava de te contar uma situação um pouco semelhante à que passaste e também para te dizer uma coisa que já muitas pessoas te disseram.
Neste momento andamos todos fechados em casa, sem poder sair (como tu e a tua família no anexo). Estamos fechados em casa porque um vírus se alastrou por todo o mundo e já matou muitas pessoas.
Eu, por enquanto, estou protegida e não tenho nenhum problema de saúde (que eu saiba) ;).
A outra coisa que eu te queria dizer era dar-te muitos parabéns pelo livro que escreveste. Cuida bem do Moushi.

Os meus cumprimentos

A.M
5º1

Dia 18 de abril de 2020

Querida Anne Frank,
eu sou a C., tenho onze anos e sou de nacionalidade portuguesa
Escrevo-te esta carta para te contar uma coisa que se está a causar muitas mortes, em todo o mundo. Uma doença, que é um vírus. Para o vírus não se espalhar ainda mais, do que já está, o mundo, tem de ficar em casa, em isolamento. Eu sei que tu também tiveste de passar, muitos meses, fechada, num sótão, sem poderes ver a luz do dia, e te sentiste aprisionada. E é isso que o mundo, está agora a passar. Temos todos de ficar em casa, sem poder apanhar ar, e ,por vezes, também nos sentimos, aprisionados, em nossas casas. 
Eu, por vezes, sinto-me um bocadinho sozinha e triste, mas tenho de pensar, de forma positiva, de como isto vai passar, rapidamente e que depois disto, podemos ver a luz do dia outra vez. Acho que o que estamos a passar, é semelhante com o que tu tiveste de passar, mas, na minha opinião, estar aprisionada num sótão, sem quer poder ver nada lá fora e estar com medo e receio de ser apanhada e levada para um centro de concentração, é pior do que o que estamos a viver neste momento.
Escreve-me uma carta a contar o que achas sobre este vírus.   
Muitos beijinhos e abraços da tua nova amiga,
   C. M.
5º1


Almada, 14 de Abril de 2020

 Querida Anne,

Faz hoje 1 mês que estou de quarentena por causa do Covid-19 e já me custa não sair.
Sei que a situação que vivo não é sequer igual à tua, mas consigo agora perceber o que sentiste quando tiveste de ficar fechada naquele sótão em Amesterdão. Por aqui, sempre posso ir à janela e ainda tenho a sorte de ter um quintal muito grande, onde posso ir brincar, fazer desporto com os meus pais, almoçar “fora” com os meus pais e bisavô, tendo o meu cão “Doc” como companhia. O meu cão, tal como o teu Mouschi na altura em que estavas isolada, também não está a aperceber muito bem toda esta situação. 
Apesar de estarmos fechados em casa e não podermos sair para a rua, tenho a liberdade de fazer o que me apetece, mantendo as regras que eu e os meus pais combinámos. Vou contar-te: 
Levantamo-nos sempre às 8h30 de 2ª a 6ª feira. De manhã, faço a minha higiene, visto-
-me, tomo um bom pequeno-almoço e estudo enquanto os meus pais trabalham. Se tiver sol, almoçamos no quintal, onde o meu pai e bisavô fazem uns belos grelhados no barbecu. De tarde aproveito para ler livros, escrever, brincar com o Doc, ver televisão ou jogar. Por falar em escrever, ainda não te contei que estou a escrever uma peça de teatro. Como gostas de escrever, quando acabar envio-ta para me dizeres o que achas! 
Tenho muitas saudades dos meus amigos, da escola, dos professores, de ir à natação e ao Muai Thay, mas entendo que não pode ser e até já estou conformado. Por aqui não temos palavras proibidas como tu tinhas a Gestapo e falamos sobre o vírus. Os meus pais explicaram-me tudo e, juntos, conversámos sobre termos de nos manter ativos neste momento. 
Jantamos sempre em casa e divertimo-nos muito a confecionar pratos deliciosos. Ajudo sempre a minha mãe na cozinha e até estou a aprender a cozinhar à séria! À noite, em família, optamos por fazer jogos de tabuleiro, ensino os meus pais a desenhar os meus bonecos favoritos (como sabes gosto muito de desenhar), vemos televisão, fazemos discotecas na sala ao fim de semana, lemos uns para os outros ou vemos um bom filme, acompanhado de umas boas pipocas. Também falamos com o resto da família por vídeo chamada, via Whatsapp ou gravamos vídeos para animar os meus primos que são pequeninos.
Cá em casa só o meu pai vai à rua uma vez por semana comprar o que é necessário. O meu pai é como a Miep! Tudo o que é comprado, é desinfetado, a roupa logo lavada e não podemos entrar calçados em casa. Sei o que deves estar a pensar Anne…que sorte eu tenho em poder fazer tantas coisas! Tu tinhas de estar sempre a sussurrar por não poderes correr o risco de te encontrarem no sótão onde te escondias. Não consigo imaginar-me fechado, sem poder falar, sem poder fazer algum barulho…deves ter passado por muito durante esses dois anos (para não falar do resto, claro). Sabes, por muito má que toda esta situação seja, nós temos a liberdade que tu não tiveste. Gostava que a tivesses tido e que não tivesses só de sonhar acordada ou de quereres ter asas para fugir dali para fora.
Tal como o Mouschi assistiu à libertação de Amesterdão e ao fim da guerra, também nós vamos assistir ao fim deste vírus em todo o mundo e voltar a estar com os amigos e a ir à escola. 
Sabes Anne, eu não me posso queixar, mas sei que há pessoas que estão com grandes dificuldades, porque já não têm o que comer ou como pagar as contas. O que lhes vai acontecer? Se me pudesses contar como foi depois da guerra…deve ter sido parecido, este vírus é como uma guerra, mas não vemos o rosto do inimigo…
Infelizmente conheço algumas pessoas que estão aflitas. São amigos dos meus pais que também têm filhos da minha idade ou mais pequenos. Há até uma amiga que vai ter um bebé para o mês que vem! Os meus pais estão a tentar ajudá-los, mas continuam com um ar preocupado.
Nós somos crianças, temos de deixar os adultos resolver estas coisas. O teu pai, o Sr. Otto Frank, também foi amigo de muita gente e por isso é que vos ajudaram quando mais precisaram. Tenho orgulho nos meus pais, porque se souberam organizar rapidamente para que não corrêssemos riscos de contágio e também por estarem a ajudar os amigos.

P.S. - Nunca te contei que, antes de nos escrevermos, já conhecia a tua história. O meu bisavô fez de Otto Frank numa peça de teatro com o teu nome. Isto já se passou há muitos anos, mas vi a gravação e a rapariga que desempenhava o teu papel era muito parecida contigo. O cenário era o sótão e estavam lá todos: tu, a Margot, os teus pais, o Pedro e os pais dele, e até o Mouschi que fez muito bem o seu papel ☺

Escreve-me e conta-me mais sobre as tuas aventuras!

Beijinhos do teu amigo

T.M .5º1



Almada, 17 de abril de 2020 

Olá Anne Frank! 

Gostava de partilhar contigo o momento por que estou a passar, porque sei que viveste escondida num sótão de um anexo em Amsterdão. 

A minha ameaça não são homens fardados que falam alemão, mas sim um vírus que se chama COVID-19. 

Sei que gostavas de escrever no teu diário, sobre o que sentias. Eu também estou a tentar fazer um...mas não está a ser fácil! 

Sei que estiveste naquele sótão escuro durante dois anos... eu, não posso sair de casa há cerca de um mês e meio, estamos em isolamento social. O vírus de que te falei é muito contagioso e temos que estar confinados às nossas casas. Mesmo assim, apesar de estar a ser difícil, não tenho que estar escondida, estou com os meus pais, tenho muito conforto e muitas coisas com que me divertir. Posso ler um livro, ver televisão, estudar, fazer videochamadas com a família e amigos, brincar no meu terraço e muito mais... 

Apesar de tudo estou bem e em segurança! 

Tal como tu escreveste na última página do teu diário: “Sei que ainda tenho de esperar mais algum tempo, mas acredito que serão bons os momentos que estão para vir”. 

Obrigada por nos teres deixado o teu diário !!! 

C. O. 5º2


Almada, 17 de abril de 2020 

  Olá Anne! 

Hoje conheci a tua história, e observei como foi horrível esse tempo. Ter que estar refugiada, para que nenhum soldado alemão te apanhasse, ou a alguém da tua família. Deves-te ter sentido muito triste e assustada ao ver que os soldados poderiam encontrar-vos. Os momentos que viveste foram assustadores, ficaste proibida e isolada de tanta coisa. 

  Bem, se tivesses viva, conseguirias ver a epidemia mundial que estamos a passar neste momento. Estamos todos de quarentena, devido ao vírus chamado Coronavírus, que também nos limitou no nosso dia a dia. Tudo começou na China, e daí vieram os primeiros infetados. 

   Agora, a nossa grande salvação são os profissionais de saúde e de segurança. Quando queremos vir à rua para comprar alimentos, fazer uma caminhada ou passear os animais, temos de estar protegidos com máscaras. Embora seja uma situação diferente para nós, nada se compara com aquilo que viveste. 

Espero que acabe em breve para ficarmos todos bem.

Beijinhos!
  

G. S 5º2

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